Primeiro a Saber… Primeiro a Agir!

Frase retirada do filme – Guerra Mundial Z

Desde novembro de 2019, o mundo foi assolado por uma das maiores e mais mortal pandemia. A primeira pandemia que enfrentei como gerente de crises foi a da H1N1 – assustadora, mas nada comparada a Covid-19. 

Aqui no Brasil, aguardávamos o fim do Carnaval para começar a pensar se isso era verdade ou não.

Será que realmente aprendemos com essa crise? A sua empresa realmente aprendeu com essa crise? Você e sua família, realmente aprendeu com essa crise? 

Para aquela família que perdeu um ente querido, essa pergunta pode até parecer insensível ou idiota. Mas e para você que ficou no centro de uma discussão sem sentido, você realmente aprendeu?

Em 2019, o mundo assistia as primeiras imagens de pacientes sendo tratados com urgência, um hospital de campanha sendo construído em poucos dias, e muitos ainda acreditavam que isso não chegaria no Brasil. E chegou!

Muitas empresas que, afirmavam estar preparadas, na verdade não estavam. Muitos executivos que, passavam a imagem de gestores de crises, bateram cabeça durante muitos dias. Tomando decisões erradas e colocando em risco muitos funcionários e a continuidade de vida da sua empresa. E a desculpa era sempre a mesma… “não conhecemos o que estamos enfrentando!

De fato, não conhecíamos o “inimigo”, mas uma coisa é certa, decisões não foram tomadas, especialistas não foram ouvidos e hoje contabilizamos um alto número de vítimas. Pais, mães, avós, pessoas da minha, da sua e da família de muitos amigos foram perdidas pela demora na tomada decisão.

Não quero transformar esse texto em uma crítica a um ou a outro, mas sim ao processo de como essa crise foi gerenciada. E aqui no Brasil foi muito mau gerenciada.

Não separamos os assuntos – Geopolítica, Segurança e Saúde e deu no que deu!

Apostar na metodologia do serviço de inteligência no gerenciamento de crises é fundamental e estratégico. Se ações como por exemplo, abertura de hospitais de campanhas fossem inicializadas imediatamente aos primeiros alertas da Organização Mundial de Saúde, participação nos comitês internacionais para pesquisa de vacinas e principalmente, adoção de medidas emergências de isolamento fossem adotadas, poderíamos estar em outro momento em 2021.

Utilizar a doutrina e metodologia dos serviços de inteligência pode facilitar o gerente de crise a pensar preventivamente nos impactos no negócio, melhorar suas contingências, evoluir seus protocolos, antever cenários e principalmente, saber o momento de recuar e o momento de avançar.

O(A) Gerente de Crise, é o(a) aquele(a) ator/atriz dentro da organização que deve estar 3 passos a frente. Ela (Ele) deve ser ouvida com muita atenção. Organizando a organização, (desculpe o trocadilho), a seguir firme durante momentos sombrios. 

Muitos querem simplesmente aproveitar a “onda do momento” para surfar em uma possível promoção. Gerenciar Crise não é isso! Gerenciar Crises, é trabalhoso e depende de pessoas comprometidas a dedicar a sua vida a proteger outras vidas, negócios, fauna/flora e patrimônios culturais, (sim é tudo isso!!).

Lembro de duas contribuições em um comitê em que eu participava – Preparar o Pós Crise e preparar uma logística funerária em caso de agravamento dos casos. Estas contribuições foram no auge da crise em 2020 e gerou um momentâneo silencio após a minha fala. Felizmente, não precisamos utilizar, (pelo menos até o momento), a estratégia de Logística Funerária, e infelizmente, (no primeiro semestre de 2021), ainda não iniciamos as ações Pós Crise no Brasil.

Trabalhe com todos os dados, elabore cenários, esteja a frente. Não fique preso a ideologias e outros assuntos que não contribua com o Gerenciamento de Crises na sua empresa. Deixe isso para as áreas especialistas, elas sim poderão auxiliar você a tomar as melhores decisões. 

Utilize matriz de Riscos, envolva a sua área de Gerenciamento de Riscos – (re)visite sua Análise de Impacto nos Negócios, treine e capacite a suas equipes de Continuidade de Negócios, (re)visite sua estratégia de Recuperação de Desastre e por fim (re)visite seus Planos de Resposta à Emergência.

A crise da Covid-19, trouxe também a crise financeira para muitas empresas e famílias, e é por esse motivo que utilizar a doutrina de inteligência na gestão de crises é estratégico – realizar as reservas financeiras, ter em mãos pesquisas para novos modelos de negócio e trabalho e principalmente, como sobreviver até a tempestade passar.

E caso você acredite que tudo isso já é o suficiente, pense melhor pois está apenas começando!

#StaySafeAlways

#FiqueSempreSeguro